Segundo órgão, técnico especializado precisa apurar situação antes de entrada dos trabalhadores. Sobreviventes seguem internados em estado grave em hospital de Goiânia.
Auditores do Ministério do Trabalho em Goiás apuram se uma vistoria preventiva feita por um técnico poderia ter evitado a explosão na usina de álcool em Jandaia, na região central de Goiás. O acidente deixou um trabalhador morto e três feridos. Os sobreviventes seguem internados em estado grave no Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), em Goiânia.
Conforme a auditora fiscal do trabalho Roberta Roncato, empresas com espaços confinados, como o tanque onde a explosão ocorreu, precisam ter esses espaços mapeados e um especialista precisa analisar o ambiente antes da entrada dos demais funcionários. Segundo ela, o MT apura se esse procedimento foi seguido e a quais riscos os trabalhadores estavam expostos.
“Antes dos trabalhadores entrarem tem que ter uma avaliação verificando que tipos de gases tem ali dentro e, a partir daí, providenciar todo o equipamento necessário para que eles entrem em segurança. Estamos fazendo um levantamento para verificar até que ponto houve omissão da empresa às normas de saúde e segurança”, afirmou à TV Anhanguera.
Outro acidente na empresa também é investigado pelo MT. Há cerca de dois meses um funcionário teria morrido ao cair de uma moedora. O G1 entrou em contato por e-mail com a empresa para saber detalhes a respeito dessas vistorias e do responsável técnico pelo local e aguara retorno.
Em nota enviada na quarta-feira (29), a empresa lamentou a morte do funcionário e informou que a explosão ocorreu no pré-evaporador na indústria. O comunicado destaca ainda que a companhia “está prestando toda a assistência às vítimas e aos seus familiares” e que o equipamento foi isolado para ser periciado, afim de descobrir as causas do acidente.
Ainda conforme a auditora, há relatos de que haveria um celular no local e, segundo ela, esse tipo de equipamento tem que ser autorizado pelo técnico para entrar em ambientes como aquele.
“Os trabalhadores que vão fazer trabalho em espaço confinado devem receber capacitação continua do empregador. O responsável técnico tem que permitir o trabalho fazendo uma avaliação prévia no local e determinando quais equipamentos são permitidos naquele local”, completou.
Roberta disse ainda que, se foram encontradas irregularidades, cada infração pode gerar uma multa. Um relatório finalizado após a investigação deve ser enviado a outras instituições e a empresa pode responder até criminalmente, caso seja constatada alguma omissão.
Explosão
O acidente aconteceu na quarta-feira, na Denusa Destilaria Nova União S/A, que fica em Jandaia. O auxiliar de serviços gerais Natan da Silva, de 19 anos, morreu durante a explosão, enquanto Marcelo Santana da Silva Santos, de 32 anos, Marcos Mateus de Souza Morais, de 28, e Alessandro Alves da Silva, idade não divulgada, ficaram feridos.
O corpo de Natan foi liberado do Instituto Médico Legal (IML) de Aparecida de Goiânia, que atende à região de Jandaia, na noite de quarta-feira. Ele foi velado em uma igreja evangélica que fica próxima à casa em que a família mora, em Indiara, e o corpo deve ser levado, ainda nesta quinta-feira (30), para ser sepultado no interior da Bahia.
Fonte:https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2018/08/30/ministerio-do-trabalho-apura-se-vistoria-preventiva-poderia-ter-evitado-explosao-que-deixou-um-morto-e-tres-feridos-em-refinaria-em-jandaia.ghtml